'O RIO SEMPRE CORRE'

Os rios sempre correm,
nos olhos correntezas tropeçam.
Pupilas pequenas,
peixes artificiais,
sou 'eu' no espectro da cena...

Vejo canoas enferrujadas,
abotoadas no leito caído.
No remanso,
limbo de abelhas,
insetos praguejando tormentos...

Carnificinas estilhaçam-me,
e os rios correm sob o peito amarroado.
Da janela,
homens sem alimentos.
Falta o essencial:
perdidos sentimentos...

As curvas são infinitas no despertar,
ilusão escura nas forma.
Rios existirão,
o que fazer?
Correntezas de essências deixadas nas bordas...

Queimo carnes cruas,
sequelas.
sons digerindo utopias.
Tudo se foi com os ventos,
deveria!

Reflito à montanha,
presente gladiador em revoltas.
O rio é vida,
correndo nas voltas,
sem rumos no alvorecer...

--- Risomar Silva ---

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