'MAR'

Nos extensos mares somos barcos naufrágios.
Naufragados pelos passos da vida.
As muitas correnteza [des]favoráveis sempre deixam ranhuras e erupções.
As salinizadas águas com o tempo deixam cicatrizes.
A dilaceração é perceptível com o tempo e o tempo é um desastre...

Vedar as fendas que surgem apenas prolonga o que de fato já se escreveu.
Deixar o barco correr ou manter-se agitado?
Há os que preferem a resistência,
a mágoa de tentar subir as correntezas rumo às suas expectativas ou desilusões.
Outros apenas flutuam.
São levados pelo mar com aparente satisfação e ócio...

Mas sabe-se: todos querem um porto a qualquer valia.
Chegar àquela luz que tanto brilha.
Manter seguro a estrela que tanto se admira.
Uma.
Várias.
Percorrer tantos outros planetas.
O que vale é a energia!
Flutuar sob as águas imensas.
Belas.
Coloridas.
Delirantes.
Mas com seus desafetos e sujeiras ficando à alma...

Com o tempo aprende-se a aceitar o extenso mar à nossa frente.
Não importa como ele seja.
Um dia nos levará para onde não queiramos!
A tração que se tem é apenas temporada.
Ajuda, mas não é duradouro.
Se esvai como os barquinhos de papel...

A visão desse mar é fantástico.
Inacreditável.
Surpreendente.
Nele todos movem-se sempre rumo ao desconhecido.
E o tempo há de naufragar aquilo que tanto procuramos.
Tempo?
Não!
O mar...
essa coisa sombria e nefasta...

--- Risomar Sirley da Silva --- 

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